segunda-feira, 6 de abril de 2009

Um pouco mais sobre Angola

Estava por aqui dando um passeio por vários blogs de brasileiros que contam um pouco sobre a rotina de quem deixa o Brasil e se aventura profissionalmente em outros países. Nessas "andanças" garimpei uma entrevista muito interessante de um mineiro (mundo pequeno esse nosso...) que está em Luanda desde 2008. Segue abaixo a entrevista completa, mas gostaria de destacar um trecho que resume bem o que é Luanda hoje:

"Ao chegar em Luanda, me deparei com uma realidade não muito contraditória do que havia estudado e o que me falaram. Aliás, muita coisa era exagero, como alguns ainda acham que no Brasil existe somente futebol, carnaval e a Fernanda Montenegro escrevendo cartas...Luanda é uma região que viveu em guerras durante anos, mas que está se reestruturando assustadoramente e com uma agilidade tremenda. Onde se olha existem construções, renovações, contratações e um mercado muito propício a quem quer ganhar dinheiro. É como plantar qualquer coisa em solo fértil. Plantou, nasceu! Este é o momento de Luanda!"

Acho que o David, o entrevistado pela revista Você S/A nessa ocasião, foi muito feliz nas palavras escolhidas para definir um pouco sobre aquele país.

E agora deixo vocês com a entrevista completa, que também pode ser acessada por aqui.

Até.

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"Troquei Londres por Luanda"
Por Amanda Salim

O mineiro David Braga, de 28 anos, começou sua carreira aos 19, gerenciando a área de marketing do Laboratório Hermes Pardini, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Sete anos depois, quando trabalhava em uma empresa de Segurança Pública, a FiscalTech, uma amiga o indicou para participar de um grande projeto de reestruturação da maior empresa petrolífera de Angola, o Grupo Sonangol. David se preparava para estudar inglês em Londres, mas cancelou tudo e topou o desafio. Há um ano e meio divide seu tempo entre Luanda, em Angola e Curitiba, no Brasil, trabalhando como consultor de processos pelas empresas Symnetics e Klug Solutions. A idéia é preparar, com mais oito consultores, o Grupo Sonangol para entrar no mercado de ações no médio prazo.

Leia a entrevista abaixo com David sobre a mudança de país, cultura e modo de trabalho.

Como aconteceu a proposta para trabalhar em Angola?
Uma colega que trabalhou comigo no mesmo projeto da Ticket me indicou para participar de um projeto de reestruturação da maior empresa Petrolífera de Angola, que chama-se Grupo Sonangol.

Foi fácil tomar essa decisão?
Foi uma decisão estudada. Entrei em diversos web sites e confiei muito no que minha amiga me indicou. Tive pouco tempo para decidir porque estava com passagem e programa de inglês comprados para Londres. Decidi e cancelei o meu programa! Sim, troquei Londres por Luanda!

Quais foram suas primeiras impressões sobre a cidade, o povo, a cultura local?
Ao chegar em Luanda, me deparei com uma realidade não muito contraditória do que havia estudado e o que me falaram. Aliás, muita coisa era exagero, como alguns ainda acham que no Brasil existe somente futebol, carnaval e a Fernanda Montenegro escrevendo cartas...Luanda é uma região que viveu em guerras durante anos, mas que está se reestruturando assustadoramente e com uma agilidade tremenda. Onde se olha existem construções, renovações, contratações e um mercado muito propício a quem quer ganhar dinheiro. É como plantar qualquer coisa em solo fértil. Plantou, nasceu! Este é o momento de Luanda! Onde se olha existem brasileiros e portugueses a prestar consultorias especializadas, até mesmo pela facilidade e proximidade da língua. Lidar com o povo angolano é muito bom. São sempre receptivos e alegres.

Valeu a pena sair do Brasil para trabalhar na África?
Se valeu a pena? Fazer esta pergunta para mim é como perguntar se uma abelha gosta de voar em campos diferentes. Tenho o perfil de desbravador. Adoro novos locais e novas oportunidades, sobretudo novas experiências e desafios. Estou sempre à procura do novo. Não tenho medo de arriscar. Estar em Luanda é aguçar sua percepção em um cenário nada favorável, onde se tem problemas de alimentação, higiene e infra-estrutura. Trabalhar em locais como Europa ou EUA torna-se mais fácil, mas lidar com cenários problemáticos pode favorecer um crescimento maior. No mais, os benefícios são super interessantes. Há pessoas que vem ganhando o dobro ou triplo do que ganhavam no Brasil. No meu caso vim ganhando quase o triplo.
Este um ano e meio que aqui estou tem sido de grande valia. O bárbaro deste projeto é que estou tendo uma convivência como todos os níveis desta petrolífera (Grupo Sonangol), desde o nível operacional, ao mais alto nível hierárquico, o que nos oferece uma visão segmentada dos contextos do povo angolano.
Meu ritmo de trabalho em Luanda neste um ano e meio é de 30 dias em Angola (Luanda) e 14 dias no Brasil (Curitiba), onde resido hoje (quando estou no Brasil).

2 comentários:

Túlio disse...

Olá. Boa noite. Eu trabalhei em Luanda pela Camargo Correia durante 1,5 ano. As restrições da cidade impõem um ótima ritmo para economizar e fazer o pé de meia. Ótima experiência de vida como falou o David na entrevista.
Vou acompanhar seu blog para matar a saudade. Muito boa sorte para você.

Túlio Amorim

Flávio Mascarenhas disse...

Helbert, as postagens estão muito interessantes. Já que esteve Angola, você conta alguma notícia sobre a Filda? Minha empresa foi convidada a participar, mas queria pegar informações com quem conhece a feira de perto.
Se tiver algo a compartilhar, fico agradecido.

Boa viagem.